À comunicação
social
Sobre as
declarações do Sr. Bastonário da Ordem dos Advogados relativas à defesa da
adopção por casais do mesmo sexo
Considerando a votação na
generalidade ocorrida no passado dia 17 de Maio do corrente, que viabiliza a
co-adopção por casais do mesmo sexo e, sendo que decorre a sua discussão na especialidade,
os Advogados e Advogadas subscritores da Carta Aberta em anexo entendem divulgar
a adesão de dezenas de profissionais em poucos dias, tendo a mesma, actualmente,
94 assinaturas. Serve esta divulgação o propósito de demonstrar que o Parecer
da OA, de facto, não representa nem espelha a opinião de todos os Advogados e
Advogadas portugueses e que, por isso, o mesmo carece de base representativa
(para além de carecer de fundamentação sociológica e cientifica, como já se
demonstrou).
Mais se sublinha que face
às declarações do Sr. Bastonário, que afirmou defender o Parecer da AO "contra
ventos e marés", ainda que incomode os "colegas homossexuais",
gostaríamos de esclarecer que a defesa dos direitos humanos não tem quaisquer
proprietários, não depende (nem deve depender) da orientação sexual de cada um
e é uma tarefa que incumbe a todos os cidadãos e cidadãs e que, por maioria de
razão, deveria igualmente caber a uma ordem profissional que existe para
concretizar o estado de direito democrático. A carta foi subscrita por advogados e Advogadas a quem nunca foi
questionada a sua orientação sexual e que lamentam profundamente que tais declarações
tenham sido proferidas pelo Sr. Bastonário, revelando bem o preconceito
subjacente, quer à tomada de posição concreta sobre as iniciativas
legislativas, quer à reacção da defesa da adopção por casais do mesmo sexo que
é, no caso, subscrita por variadas pessoas independentemente da sua orientação
sexual. Pessoas essas que recusam rever-se nas declarações do Sr. Bastonário.
Antecipadamente gratos/as
pela atenção dispensada, apresentamos os nossos melhores cumprimentos, com o
pedido de divulgação da presente Nota.
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